sábado, 20 de março de 2010

Outra versão da pílula falante

Este texto parece ser bem menor para as crianças decorarem as falas. É a mesma histórias, com algumas passagens iguais, mas bem mais resumida.

A Pílula falante

(Cenário de sítio)

Narrador: Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma senhora de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, pensa que ela é uma velhinha só e triste

(Música do sítio. Entra Dona Benta e senta-se numa cadeira de balanço, e começa a tricotar feliz, suspirando feliz)

Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia de pessoas maravilhosas. Junto com ela mora Tia Nastácia, que adora fazer bolinhos de chuva.

(Entra tia Nastácia com uma panela)

D. Benta: Hum! Que cheiro bom é este! O que você está fazendo?

Tia Nastácia: Estou preparando alguns bolinhos de chuva.

D. Benta: Ai que delícia!

Narrador: No sítio mora também a mais encantadora das netas - Lúcia, a menina do narizinho arrebitado, ou Narizinho como todos dizem. Narizinho tem sete anos, é morena como jambo e vive no mundo das fantasias. Não desgruda de sua boneca Emília, feita de pano por Tia Nastácia.

(Musica da Narizinho. Entra Narizinho arrastando a boneca, que vem toda desengonçada e vai em direção da D. Benta),

Narizinho: Vovó, queria tanto que Emília falasse como nós, para ter com quem conversar.

D. Benta: Há, haha, ela é apenas uma boneca, não tem como falar.

Narizinho: Tem sim, a senhora vai ver como eu vou encontrar a cura para Emília!

­­­

(Dá um beijo na vovó e na Nastácia e sai. D. Benta e Tia Nastácia saem atrás rindo, balançando a cabeça)

Narrador: Além da boneca, o outro encanto da menina é o ribeirão que passa pelos fundos do pomar. Todas as tardes Narizinho toma a boneca e vai passear à beira d’água, onde se senta na raiz dum velho ingazeiro para dar farelo de pão aos lambaris.

(Narizinho chega no ribeirão e senta com a boneca ao p[e de uma árvore e começa a jogar farelo de pão aos peixes)

Não há peixe do rio que a não conheça; assim que ela aparece, todos acodem numa grande faminteza. E nesse divertimento leva a menina horas, até que Tia Anastácia apareça no portão do pomar e grite na sua voz sossegada:

Tia Nastácia: Narizinho, vovó está chamando!...

Narrador: Uma vez, depois de dar comida aos peixinhos, Narizinho sentiu os olhos pesados de sono. Deitou-se na grama com a boneca no braço e ficou olhando as nuvens que passavam pelo céu,. E já estava quase dormindo quando, de repente, viu um peixinho e um besouro conversando e olhando para seu nariz.

Mestre Cascudo: Que novidade traz Vossa alteza por aqui, Príncipe?

Príncipe Escamado: Vim respirar bons ares por aqui, mas encontrei este morro que me parece muito estranho. ( e começa a cutucar o nariz de narizinho e ela começa a espirrar)

(Narizinho espirra e os dois caem para trás assustados. Mestre Cascudo levanta-se, com muito medo, limpando a roupa. Narizinho também levanta-se assustada)

Narizinho: quem são vocês?

Príncipe escamado: Eu sou o príncipe Escamado, o rei do reino das Águas Claras!

(O peixinho saudou respeitosamente )

Mestre Cascudo: E eu sou o Mestre Cascudo, mas não fique brava, não que já estou indo embora

Narrador: E lá se foi Mestre cascudo, zumbindo que nem um avião. O peixinho, porém, que era muito valente, permaneceu firme e até fez amizade com Narizinho.

Narizinho: E eu sou Narizinho, a menina que todos os dias vem dar comida a vocês. Não me reconhece? Esta senhora aqui é a minha amiga Emília. Estou a procura de um bom doutor que a cure de sua mudez.

Príncipe escamado: Há um excelente doutor na corte, o doutor Caramujo. Emprega umas pílulas que curam todas as doenças. Tenho a certeza de que o doutor Caramujo põe a senhora Emília a falar pelos cotovelos. Irei lá no meu reino e trarei o doutor aqui.

(Príncipe escamado sai e Narizinho fica esperando sentada no chão. Príncipe Escamado aparece trazendo o Dr. Caramujo)

Dr. Caramujo: Qal é o problema da menina?

Narizinho: Narizinho: Ah, doutor, a pobre é muda de nascença. O senhor pode fazê-la falar?

Narrador: Dr. Caramujo remexe suas coisas e tira de lá uma pílula.

Dr. Caramujo: aqui está o remédio que irá curar a senhora Emília: a pílula falante! Venha sra. Emília, engula esta pílula.

Narrador: Veio a boneca. O doutor escolheu uma pílula falante e pôs-lhe na boca.

Narizinho: Engula duma vez, Emília, e não faça careta, assim ó!

Narrador: Emília engoliu a pílula, muito bem engolida e Narizinho a colocou numa caixa de costura e foi conversar com o dr. Quando de repente, Emília começou a sair da caixa e começou a falar no mesmo instante.

(Música da Emília. A boneca começa a sair da caixa, bem devagar)

Narizinho: Olhem, vejam ela quer falar alguma coisa!

(Emília fica testando a voz e Narizinho da um leve tapa nas suas costas)

Narizinho: Fala Emília, fala Emília, fala!

Emília: : “Estou com um horrível gosto de sapo na boca

Narrador: Depois disso Emília falou, falou, falou mais de uma hora sem parar. Falou tanto que Narizinho, atordoada, disse ao doutor que era melhor fazê-la vomitar aquela pílula e engolir outra mais fraca.

Dr. Caramujo : Não é preciso. Ela que fale até cansar. Depois de algumas horas de falação, sossega e fica como toda gente. Isto é “fala recolhida”, que tem de ser botada para fora.

Emília: Mas que caras são essas? Quem são todos esses? Pra que tanta gente? Tem festa aqui hoje, é? E vocês? Sabem por que eles estão com essas caras de corujas azedas? Quem são vocês? Qual seu nome? E a sua idade? Você estuda? Tem que estudar pra ficar tão inteligente quanto eu! E você ai, gosta do Sítio?

Narrador: E assim foi. Emília falou três horas sem tomar fôlego. Por fim calou-se. Foi quando se ouviu a voz de Tia Nastácia chamando Narizinho e todos os personagens sumiram como que por encanto.

Tia Anastácia: Narizinho, vovó está chamando!...


(Dança da Emília)

Nenhum comentário: